quarta-feira, 27 de maio de 2015

A carona



Em meados de 1970, Dr. José Flávio estava na calçada de sua casa aguardando seu motorista oficial para ir à uma reunião em Palácio do Governo, como secretário da pasta de Indústria e Comércio. 

Pois bem, enquanto o motorista não chegava, o simpático Jean Sarquis - amigo de seus filhos Urbano e Tuca -, que passava guiando um surrado e guaribado fusquinha, atenciosamente, parou e perguntou:

- Dr. Zé Flávio, aceita uma carona?
- Ô, meu filho, vou a aceitar essa sua gentileza, sim. - Olhando para o adiantado da hora no relógio.
- Pois, bata os pés, entre e se acomode!

Dr. Zé Flávio riu, bateu os pés, entrou no veículo, se acomodou e, enquanto Jean engatava a primeira e acelerava a partida, comentou:

- Muito bom, rapaz, esse seu automóvel.
- É, sim, Doutor.
- Deve ser econômico.
- Bastante, Doutor.
- Confortável...
- Não posso me queixar...
- Bem, é um automóvel...

E quando o Dr. Zé Flávio ia fazer o quarto elogioso comentário, Jean o interrompeu:

- É, Doutor, é bom ir elogiando, porque se esculhambar, desce!

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