quarta-feira, 29 de junho de 2011

Paulo Ricardo


Na Serra da Meruoca, a galinha à cabidela do João Raul não tem igual, não. Que diga o Móca, freguês antigo e de carteirinha. O Maroca é outro que faz a maior propaganda da bodega. Ora, até o João Tripa, de Massapê, foi não foi, vai bater lá só pra se deliciar com as penosas. É, são tantas personagens, que não dá nem pra gente decorar direito.

O prato é bem servido e acompanha a galinha um baião de dois – daqueles que vem com um queijo de coalho se derretendo –, uma farofa bem fininha – com cebola roxa – e a famosa maionese. A cerveja é geladíssima, rega a iguaria e anima o papo. Por lá, a tristeza não tem vez e novidade é o que não falta. Ilustres e divertidas figuras frequentam o lugar e, dentre tantas, uma assim se apresenta: - "Com licença, por favor. Meu nome é Paulo Ricardo, tenho um farol queimado, a caixa de marcha quebrada e um pneu furado. Posso pedir uma coisa? Me dá um sorriso, vai..." 

Aí, a pessoa se enternece e lhe dá um trocado. Ele agradece com uma sonora gargalhada de um largo sorriso banguela, rogando: - "Deus lhe dê uma Hilux!" 

Do livro "Eu Conto", de Totonho Laprovitera.
(Foto: Rubens "Nasal" Lima)

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