quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Advogado!


Valtim.

Era sexta-feira e, numa churrascaria, Valtim almoçava comigo, Chiquinho, Gera e Boy. Nós cinco fizemos o mesmo pedido: picanha, arroz carreteiro, farofa de ovos e banana à milanesa. Enquanto isso, Valtim falava repetidas vezes do seu orgulho de ser advogado, que sua escolha profissional era uma das coisas que mais o completava pessoalmente etc. E divagava:

- É, dia onze é de fato o meu dia. Em abril, dia do meu aniversário, e, em agosto, dia do advogado. E ainda mais, casei num dia onze.
- É, e o número onze também é um atrás de outro. - Acrescentei.
- E a senhora sua mãe vai bem, vai? - Irritado, perguntou Valtim.

E o tempo foi passando. Conversa vai, conversa vem, até que o garçom chegou e começando a servir, com o prato na mão, ofereceu de forma gentil, primeiramente, ao Valtim o arroz:

- Carreteiro, senhor?
- Carreteiro não, filho duma égua, vai dar o “sedém” que eu sou é advogado!

Do livro Eu Conto, de Totonho Laprovitera.
(Foto: Totonho Laprovitera)

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