Valtim.
Era sexta-feira e, numa churrascaria, Valtim almoçava
comigo, Chiquinho, Gera e Boy. Nós cinco fizemos o mesmo pedido: picanha, arroz
carreteiro, farofa de ovos e banana à milanesa. Enquanto isso, Valtim falava
repetidas vezes do seu orgulho de ser advogado, que sua escolha profissional
era uma das coisas que mais o completava pessoalmente etc. E divagava:
- É, dia onze é de fato o meu dia.
Em abril, dia do meu aniversário, e, em agosto, dia do advogado. E ainda mais,
casei num dia onze.
- É, e o número onze também é um
atrás de outro. - Acrescentei.
- E a senhora sua mãe vai bem, vai? -
Irritado, perguntou Valtim.
E o tempo foi passando. Conversa vai, conversa vem, até que
o garçom chegou e começando a servir, com o prato na mão, ofereceu de forma
gentil, primeiramente, ao Valtim o arroz:
- Carreteiro, senhor?
-
Carreteiro não, filho duma égua, vai dar o “sedém” que eu sou é advogado!
Do livro Eu Conto, de Totonho Laprovitera.
(Foto:
Totonho Laprovitera)
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