quinta-feira, 30 de junho de 2016

Spa


"Negada, se Spa é um lugar onde se passa fome, então, eu moro num!" (Asclepíades Juremal)

terça-feira, 28 de junho de 2016

Basquetebol

James Naismith (1861-1940).

Pra quem não sabe, o basquetebol foi criado pelo professor canadense de educação física James Naismith, em fins de semana de 1891, na cidade norte-americana de Springfield, Estado de Massachussetts.

O primeiro jogo oficial de basquete foi disputado em 1892, com regras bem diferentes das praticadas atualmente. Para as mulheres, o basquete iniciou um ano mais tarde, em 1892, quando a professora de educação física do Smith College, Senda Berenson, promoveu algumas adaptações às regras criadas por Naismith. A primeira partida deu-se em 1896.

(Foto: Google)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ateliê do artista


Um passeio pelo ateliê do artista plástico Totonho Laprovitera, na Praia do Meireles, em Fortaleza, Ceará.

domingo, 26 de junho de 2016

Enfim perto de mim


“Enfim perto de mim” foi composta por mim e Nonato Luiz em 1998 e aconteceu da seguinte maneira.

Na companhia de Amaro Penna e Humberto Pinho, eu estava em um bar, ali pela Rua João Cordeiro, em Fortaleza, quando recebi um telefonema do Eliseu Batista Filho, que vinha da inauguração do novo Aeroporto Internacional Pinto Martins, acompanhado de Nonato Luiz e do João Mota, nos convidando para irmos ao Bar Pombo Cheio, quase esquina com a Avenida Jovita Feitosa e defronte à linha férrea. 

Seguindo juntos ao nosso destino, quando lá chegamos, eu e Nonatinho decidimos inaugurar nossa tão desejada parceria. Porém, havia duas pequenas dificuldades: ele estava sem violão e eu sem lápis e papel. 

Mas, espalhada a vontade de compormos no lugar uma canção, como em passe de mágica surgiu um velho violão, um pedaço de papel de embrulhar pão e uma caneta Bic, que teimava em falhar a escrita. 

Nonatinho começou a dedilhar os primeiros acordes e eu a persegui-lo, em métrica, escrevinhando avexado o meu sentimento. De quando em vez, para acertarmos o passo, eu pedia para ele repetir alguma parte da canção ou dar uma pequena pausa para organizarmos as ideias. 

Pois bem, após findarmos a concepção lítero-musical, pelo ótimo resultado, fomos bater direto no estúdio Ararena para registrarmos o feito! Gravada a canção, cantada pelo Humbertinho, fomos convidados para comemorar a proeza na casa do Luiz Pontes, de onde esticamos ao bar Ponto de Luz, madrugada adentro! 

Pouco tempo depois, todos nós nos admiramos ao tomarmos conhecimento da inclusão dessa simples gravação em uma antologia editada pela Modo Maior. 

Daí, a canção tornou-se frequente no repertório do virtuoso Nonato Luiz e eu, afoito que só, passei a cantá-la diversas vezes, em algumas delas acompanhado do fecundo violão do amigo Raimundo Fagner. 

Em 2003, foi lançado o disco Canções, uma coletânea de músicas de Nonato Luiz, produzida por Olímpio Rocha, seu filho Leonardo e Assis Miranda, com letras de distintos autores brasileiros e interpretadas por vários artistas. Nele, “Enfim perto de mim” está na sétima faixa, na numinosa voz de Ednardo, com arranjo do Maestro Tarcísio Lima.

Terminando, essa é a história da criação da canção “Enfim perto de mim”, uma das minhas maiores realizações musicais!

sábado, 25 de junho de 2016

Mostrado


Segundo o professor Carlinhos Analfabético, "mostrado que só e de elevada autoestima, esse cabra da foto se acha e possui uma mania de grandeza invejável!"

(Foto: WS)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Nuntius diei


“Juxta aram sancti bohemia cunctis diebus.” (Toim da Meruoca)
Traduzindo: “No altar da boemia todos os dias são santos.”

(Foto: www.esperancadeouro.blogspot.com.br/)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Corrida no prado


Em todo o Brasil, é comum a corrida de cavalos no prado. 

Um prado é um campo plano ou de relevo suave, onde as disputas acontecem em parelha de dois animais e, dependendo da competição, ajuntam um monte de gente.

(Vídeo: Acervo de Kaká Luna)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Mug


Ao virar celebridade e mascote nacional, em pouco tempo, o boneco Mug caiu nas graças no povo brasileiro e tornou-se o amuleto da sorte de muitos artistas, nos anos 1960. 

Preto, de cabelo encarnado e roupa quadriculada, o Mug era um boneco de exótica aparência. A partir de dois modelos de tamanhos diferentes, naquele tempo, virou febre e tornou-se charges de jornal, capa de disco, chaveiros, fantasias, e até tema de carnaval. 

Em 1966, o Mug foi criado por João Evangelista Leão e Horácio Berlinck Neto, também foi o inventor do anel Brucutu, usado na época pelo Tremendão Erasmo Carlos e o Rei Roberto Carlos. O Brucutu era uma peça de esguicho d´água fixada no capô do Fusca que, subtraída, era utilizada como anel.

O primeiro Mug que vi, foi o da minha queridíssima amiga Luciene Alencar, por ocasião de uma das passagens de suas férias em Fortaleza. Não sei se pela fama que causava um excessivo alumbramento, lembro, o boneco tinha um carisma que magnetizava e entusiasmava a quem a ele batesse o olho.

Fagner no "Bem, Amigos"


Macking of da participação de Raimundo Fagner no programa esportivo "Bem, Amigos", da SporTV, realizado em Fortaleza, Ceará, em Outubro de 2015.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Ó o mei


Na tertúlia da Rua José Lourenço, dançando lento, o afoito e púbere Francisco José jogava-se de todas as maneiras para agarrar a tímida Maria de Fátima, ao som da radiola que tocava Rock And Roll Lullaby, música romântica da novela Selva de Pedra, que na época fazia o maior sucesso. 

Segurando apertado, forçosamente e querendo se livrar do “macaco” – posição de defesa feminina para tais investidas –, ele puxava a adolescente para colar seu corpo ao dela. Aí, na caça do velho pino, na pega do famoso sarro, de tanto insistir e forçar a barra, ele ouviu a educada mocinha se manifestar: 

- Ei, dá licença que eu vou sair do meio pra você passar...

domingo, 19 de junho de 2016

Vida


Aí, no aconchego do ventre materno, um gêmeo olhou para o outro e perguntou: “Você acredita em vida após o útero?” 

(Ilustração: Totonho Laprovitera)

Riqueza semântica


A Mana Celani me contou que um político, em plena campanha, chegou a uma pequena cidade, subiu em um caixote e começou a discursar: 

- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

Aí, um popular perguntou: 

- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa? 

O candidato respondeu: 

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que tem um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina. 

De imediato, cambaleando, o bêbado se levantou e, soluçando, respondeu: 

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! O fato, circunstância ou razão de que me encontre em um estado etílico, bêbado ou mamado, não implica, significa, ou quer dizer que meu nível cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo. E com todo o respeito, estima ou carinho que o senhor merece, pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando seus pertences, coisas ou bagulhos e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu!

sábado, 18 de junho de 2016

Tom Cavalcante

Na foto, em família, Patrícia e Tom Cavalcante, Socorro e Hugo Cavalcante, e Elusa e Totonho Laprovitera. 

O Tom acaba de me presentear com este precioso registro histórico! 

Em 1998, o Sistema Verdes Mares de Comunicação, com o Troféu Sereia de Ouro, em sua 28ª edição, homenageou a psicóloga Maria Violeta Arrais de Alencar Gervaiseau, a jornalista Maria Adísia Barros de Sá (Adísia Sá), o humorista Antônio José Rodrigues Cavalcante (Tom Cavalcante) e o médico José Murilo de Carvalho Martins. 

Valeu, primo!

Bolinha

Marcondi Sisnando Justo, o Bolinha, aos 30 anos. 

Espalhando simpatia e esbanjando a alegria de quem é de bem com a vida, Marcondi Sisnando Justo, o querido Bolinha, é unanimidade na benquerença dos tantos amigos!


Personalidade histórica cratense, reconhecidamente, Bolinha é um empresário empenhado com o seu objetivo de produzir, gerar emprego e desenvolver a sua região.

Ultimamente, Bolinha tem dividido seu tempo entre Fortaleza, onde dirige sua empresa do segmento de laminação e extrusão de alumínio, e o Crato, com a sua amada, de onde segue à exuberante fazenda da família, no sertão dos Inhamuns. 

(Foto: Acervo Marcondi Sisnando Justo)

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Dona Yolanda

Dona Yolanda (1928-2016).

"Sou curiosa, bem-humorada e feliz. Cultivo as grandes amizades que fiz na vida. Prezo o bom relacionamento com todo mundo que está ao meu redor. Gosto de ter meus filhos, netos e bisnetos por perto, enchendo a minha casa de barulho, alegria e humor." (Yolanda Vidal Queiroz)

Grande rifa!


Pediram para eu repassar: 

“O JUMENTO É NOSSO IRMÃO! Grande rifa entre amigos.

É verdade, meu senhor / Essa estória do sertão / Padre Vieira falou / Que o jumento é nosso irmão... (Luiz Gonzaga e José Clementino).

Essa rifa tem como objetivo angariar fundos para ajudar o tratamento dos jumentos abandonados nas beiras das esburacadas estradas deste país!

Serão rifados: Um cangaceiro de barro tocando pife; um terno Romac com lapela cerzida; um vestido de debutante; um cachorro da raça pequinês cego de um olho; uma ninhada de gatos pé-duro; uma jumenta parida com 9 anos de idade; um par de óculos de grau usados; 1/2 dúzia de pentes Flamengo; uma escova de dentes Colgate seminova; um som três-em-um; um videogame Atari; uma bicicleta Monareta; e uma mesa de sinuca com o pano rasgado.

Os adquirentes das cartelas terão direito a cachaça, cerveja, dindim, água mineral no saquinho, churrasquinho de bode e porco, seriguela e pitomba.

Valor do ponto: R$ 5,00 – Local, data e hora: Clube Padre Mororó, vizinho ao Cemitério São João Batista, Domingo, a partir das 9 horas.”

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Panelada do Bofão


Ô panelada boa era a do Mané Bofão, nera não?! Ali, na travessa Baturité, indo da Catedral pela Rufino de Alencar. Ela era demais e não ensebava. Até debaixo do ventilador você podia botar que ela esfriar, é claro que esfriava, mas não tinha jeito de engordurar! E quando perguntavam ao senhor Bofão qual o segredo de tão suculenta e deliciosa panelada, ele, orgulhoso, tinha a resposta na ponta da língua: “Vai ver que é porque não lavo a panela há mais de dez anos”!

Chega escorria pelo canto da boca...

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Basquete cearense


Circulo Militar de Fortaleza, deca-campeão cearense de basquete adulto, em 1979. Da esquerda pra direita. Em pé: Campanhia, Gogó, Ioche, Davi, Eduardo, Sydrião, Oriel, Régis e Benjamim (técnico); Agachados: Mateus, Garcezim (mascote), Germano, César, Lúcio e Paulinho.

(Foto: Acervo Oriel Mota Filho)

terça-feira, 14 de junho de 2016

Calabar

Calabar teve seu nome associado à ideia de traição.
Aliado dos holandeses que invadiram o Nordeste do Brasil, Domingos Fernandes Calabar (1609-1635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco e é tido como o maior traidor da história do Brasil.

Bosco

Princípio, meio e fim.
De volta, o fastioso Bosco em três tempos.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Brazil S/A


Sobre o fiasco na Copa América, eu acho que há muito a Seleção deixou de ser Brasileira. 

Aliás, faz tempo que ela tornou-se uma lucrativa empresa e não representa mais a alma do povo do Brasil.

Três lembranças do Vovô Miguel

Eu, nos braços do Vovô Miguel, em meu primeiro aniversário, em 1958.

Conservando o costume italiano, quando era dia de Santo Antonio, meu avô Miguel enlaçava uma fita em meu braço e dizia que só a desamarraria quando eu lhe desse um presente.

Também, fui educado pela minha avó Marianna a pedir a benção à ela, ao Vovô Miguel e à Dinha, minha avó-preta, todas as vezes em que o sino da vizinha igreja do Pequeno Grande batesse. 

Agora, sempre que eu espirrava, o Vovô Miguel contava a seguinte história. Em Tortora, em uma comprida casa pegada à dele, quando o vizinho espirrava, o filho gritava de uma extremidade “Salute, papà!”, e, de uma outra o pai respondia “Benedetta fortuna!”. E assim fazíamos.

Na esquina do Vaval


Amigos se reúnem na esquina do Vaval - Point Lauro Maia -, em Fortaleza, Ceará, para brindar a vida em torno da boa música e da arte da amizade.

domingo, 12 de junho de 2016

Jogo de botão

Alguns jogadores da minha Seleção Italiana de 1970: a Squadra Azzurra!

Antes do offset, os jornais eram impressos no processo tipográfico e em procedimento de composição manual de seus textos. Para tanto, utilizavam-se da linotipo, uma máquina com teclado, como a de escrever, que fundia em bloco de barra de chumbo cada linha de caracteres tipográficos. Depois, as matrizes eram devolvidas às suas caixas, para novo uso.

Falando nisso, na minha infância, lembro que uma vez eu fui bater no jornal O Povo, para pedir pequenas sobras de chumbo e usá-las como peso no goleiro do meu time de futebol de botão, feito de caixa de fósforos. 

Para fazer o tal goleiro, eu enchi a caixa de fósforos com chumbo, a enrolei com fita isolante – ou foi esparadrapo? –, colei as figuras do escudo, foto e número, para depois cobri-la com durex. Assim, ficou pronto o meu goalkeeper pra entrar em campo e jogar!

- À gol.
- Preparado, pode chutar.

Chutou... 

- Gol! 
- Não, o goleiro defendeu!

O jogo de botão foi uma das brincadeiras que eu mais dei valor em minha infância e adolescência. Quando não jogava com alguém, eu jogava só, com direito a irradiar a partida e imitar a torcida, com sua charanga e fogos! 

Pois é, dentre tantas partidas, copas e campeonatos, o que mais ganhei foram as infindáveis lembranças de tempos felizes que vivi no principiar da minha vida.

(Foto: Totonho Laprovitera)

Sorte na política


Lendo o provérbio alemão que diz “muita sorte é azar”, lembrei de uma vez que, ao me encontrar com um primo meu, supersticioso todo, perguntei sobre a sua possível candidatura a vereador e ele respondeu:

- Sou candidato, sim, mas, por favor, não espalhe que dá um azar danado.

sábado, 11 de junho de 2016

Regime familiar


Segundo Tarcisio Nogueira, a razão da boa saúde dele e, por conta disso, não precisar tomar remédio – a não ser “duas ampolas de Itaipava, diariamente, por recomendação médica” – é a de ter seguido o regime alimentar e os hábitos de higiene pessoal que seu pai perpetrou em 1960.

Daí, até hoje, o Tarcísio guarda a emoldurada relíquia, como prova de exemplar atitude familiar do Sr. Tadeu Camilo de Paula que, por sinal, é o autor da letra do Hino de Nossa Senhora da Assunção, Padroeira de Viçosa do Ceará.

(Foto: Tarcísio Nogueira)

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Libaneses no Ceará


Seu Fares foi visitar o irmão João Félix que morava em Feiticeiro, distrito de Jaguaribe, cidade vizinha à Orós, no interior do Ceará.

Seu João – que nunca aprendeu o português e esqueceu o árabe – apesar de viver numa rede, ter a vida melhor do mundo e um monte de filhos, não era de querer papo com seu ninguém. 

O motivo da visita do Seu Fares era porque Seu João estava para morrer. Acompanhado do filho Fagner, chegou lá bem na hora do almoço e, somente no final da tarde, foi que os irmãos começaram a conversar: 

- Oi, Zé (Fares), os meninos tão querendo que eu vá morrer lá em Fortaleza. O que você acha?
- Home, morra aqui mesmo. Aqui é mais barato, tu não vai incomodar teus filhos, tu passou a vida aqui e não vai nem se sentir bem morrendo lá. 

Fagner, às cinco da tarde, naquele sol do sertão, deitado numa rede armada no alpendre, escutando a conversa, disparou: - "O que tô fazendo aqui?!"

De família cristã, José Fares Haddad Lupus nasceu no Líbano. Quando preparava-se para imigrar para o Brasil, testemunhou o pai ser assassinado na guerra fratricida do país. 

Atormentado por frequentes pesadelos, ia às lágrimas quando assistia ao noticiário sobre o Líbano na TV. Mesmo assim, jamais quis visitar a terra de seus ascendentes.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Vendedor de leite



Dei o maior valor quando o amigo Tomás Figueiredo postou essa incomum cena urbana, registrando o vendedor de leite em seu ofício à domicílio - comum na época da minha infância -, tão difícil da gente encontrar nos dias de hoje. 

À cavalo, lembro, tinha também o vendedor de carne, que gritava e batia na caixa que carregava a mercadoria, anunciando a sua chegada. Agora, já o vendedor de verdura fazia-se acompanhar de jumento que, vez por outra, teimava de empancar e não tinha cristão do mundo que o fizesse sair do lugar!

(Foto do acervo de Tomás Figueiredo)

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Monumento à Natureza


Recentemente, vivi um momento precioso do meu itinerário de existência.

Na inauguração da Praça Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (antiga Das Flores), uma das principais de Fortaleza, senti a importância de ser autor da escultura “Monumento à Natureza” – erigida em 1984 – diante da qual, tomara, um dia meus netos dirão: "Meu avô que fez!"

Ô saudade do futuro!

terça-feira, 7 de junho de 2016

Mal falada


Apesar dos nomes e serem bastante parecidas, Janiery e Janiely não são gêmeas. Vizinhas de rua, no Bairro Mata Galinha, hoje Boa Vista, em Fortaleza, as duas são colegas desde o jardim de infância, na escolinha Erandy Pereira Montenegro, nominada em homenagem ao autor do primeiro gol do estádio Castelão. 

Cúmplices, as duas garotas são carne e unha, vivem de cocó emendado e, confidentes, adotam o aconselhamento mútuo. Pois bem, recentemente, as duas se encontraram no Chabas Bar e Restaurante, na Avenida Alberto Craveiro.

- Janiery...
- Diz, Janiely...
- Mulher, as pessoas me julgam sem me conhecerem! Mas, eu não tô nem aí com a opinião dos outros, porque as pessoas são muito maldosas...
- E o que elas andam dizendo?
- Que eu não sou pra namorar, que eu sou mulher de uma noite só...
- Menina, isso é coisa de quem mora em lugar atrasado, onde o povo é maldoso e dá conta de tudo... 
- Até no Feice?
- Mah... Principalmente, lá...
- Ô, eu nunca fiz mal a seu ninguém...
- Eu sei disso.
- Você acha que se eu der um bom tempo longe de macho e não botar mais boneco nas balada, parar de biritar, dá pra negada esquecer essa minha fase? 
- Eu acho, mas, aos poucos... 
- Pois é, quero encontrar um homem que me queira pra namorar sério. 
- Eu conheço um que posso até lhe apresentar.
- Jura?
- Juro, agora, ele só quer donzela.
- Donzela?
- Sim, porque a religião dele só admite o rapaz casar com mulher virgem.
- Mas, quer dizer que no namoro não pode rolar nada, não?
- Pode, sim, gata. Olha, pra você casar com ele virgem, de branco, é só usar o lado B para preservar o lado tombado pelo matrimônio histórico cultural.
- Êita!
- E pra esse babado a saída, quer dizer, entrada, é pela porta dos fundos.
- Sei...
- Agora, ele não pode nem de longe desconfiar que o seu fiofó é de segunda mão.
- É? Vixe...
- Só tem uma coisa: e se algum falador dedurar?
- Ah, quanto a isso, aí, não tem problema, não. 
- Não? 
- Nã, a maioria dos meus ficantes, hoje em dia, nem me reconhecem... Só me viam de costa mesmo... 
- Mas, tenha cuidado, pois ele pode pedir pra você fazer o teste da goma, que mapeia a topografia da rosca e pode sujar a biografia do dito-cujo.
- Mulher, eu só errei poucas vezes mesmo... 
- Mesmo?
- Só tem uma coisa.
- O que?
- Tomara que ele não seja muito exigente.
- Por que?
- Olha, sinceramente, sou uma moça linda, muito legal, muito simpática, mas... 
- Mas... 
- Tô com o nome meio sujo na city... 
- É, por essas bandas, tem é Zé pra moça mal falada tirar a fama de rodada...