quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Lorrane


Mal havia chegado do interior, Lorrane já era a sensação da rua. Ainda menor de idade, havia vindo para uma casa de família, em Fortaleza, para trabalhar de dia e estudar à noite. 

Não tardou de Lorrane fazer amizades. “Seu” Francisco, o patrão, preocupado com o comportamento da moça, advertiu-a: 

- Lorrane, minha filha, você é inocente...
- Cuma? 
- Ingênua... Quer dizer, bobinha... 
- Eu? 
- Sim. Olha aqui, na cidade grande as coisas são diferentes. 
- E é?
- São, sim. Estou lhe falando isso porque estou vendo que você está saindo com amigas que mal conhece. 
- Marromeno... 
- Vai ver que você já está indo para alguma festa. 
- Tô, sim. 
- Vai ver que você já está até namorando... 
- Ah, bom, “seu” Francisco! 
- “Ah, bom” o que? 
- “Seu” Francisco, eu inté já fudo!

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