domingo, 25 de janeiro de 2015

Aves do céu

Totonho Laprovitera – Ave 11 – 2014 – AST – 40 x 50 cm.

Uma criança desenhava compulsivamente na memória das folhas de seus cadernos escolares. Daí, espreitado pela voracidade de seu risco, em rápidos e singulares traços passou a desenhar as aves que visitavam a sua inspiração. Passadas dezenas de estações, então, ela despertou para a história que sua arte ansiava em contar.

Totonho Laprovitera – Ave 17– 2014 – AST – 40 x 50 cm.

Há muito, quando o tempo era concebido de forma cíclica ou em espiral e significava a imagem de repetidas passagens na natureza, como os movimentos dos astros, a reprodução dos animais e o período fértil das mulheres, as aves simbolizavam o mundo de cima. Gente e outros bichos viviam ao chão. Plantados, diferentes habitantes dos covis da terra.

Totonho Laprovitera – Ave 3 – 2014 – AST – 30 x 40 cm.

Em ritos de luz e sons agrestes, os alados catavam o seu diálogo com os deuses. E, singrando espelhos, acreditavam que se comunicavam com os mundos e seres sobrenaturais, assim, criando o lugar propício para embrenharem-se às coisas míticas.

Totonho Laprovitera – Ave 4 – 2014 – AST – 30 x 40 cm.

Bebendo nepentes e sob o efeito inalado das plantas poderosas, uma criatura tornou-se ser de luz e acendeu os diversos mundos para permitirem o juízo de todos os mortais. Transformou-se em ave de rapina, de vistoso bico e ornada plumagem. Tomou extraordinárias faculdades: alto voo, visão aguçada e destreza na caça.

Totonho Laprovitera – Ave 18 – 2014 – AST – 40 x 50 cm.

Como grande passarinho, alçou diversos voos mágicos através do universo, empreendendo longas viagens. A metamorfose de suas linhas, então, passou a representar o incessante ciclo da vida, morte e renascimento, a que foram submetidos todos os seres.

Totonho Laprovitera – Ave 20 – 2014 – AST – 40 x 50 cm.

Assim, já adulta, a criança descobriu que a linguagem da arte do seu desenho tinha o poder de transformar humanos em aves e a coragem de voar em realização de sonhos.

Totonho Laprovitera

Nenhum comentário:

Postar um comentário