A sogra do Osmilton.
Mais uma namorada habitava o coração do romântico
Osmilton, o Paraíba. Era uma simpática garota que ele havia conhecido numa
festa de formatura no Clube de Regatas Barra do Ceará. Contudo, ela foi logo
prevenindo:
- Pará, vou logo avisando...
- Avisando o que, minha filha?
- É o seguinte, mamãe é super
interesseira, viu?
- Ô, mozim, pode deixar que eu
entendo essa falta de absurdo...
Sabedor do tipo da nova sogra, Osmilton resolveu a questão
da seguinte maneira: para seu primeiro dia de namoro na casa da namorada, pediu
emprestado da revenda de veículos do Papelin, seu maior amigo, um automóvel de
luxo e uma alinhada camisa de seda, de mangas compridas. Papel ainda deu uma
graninha para ele não chegar liso na casa da interesseira sogra.
De pano passado, pronto e cheiroso, Osmilton chegou
dirigindo um Corolla novinho em folha. Para chamar atenção, buzinou três vezes
e deu uma forte acelerada. Abriu a porta e baixou o som que tocava altíssimo
uma música do Mastruz com Leite. A namorada, toda sapeca e pronta, chegou ao
portão acompanhada da mãe, que olhou o genro da cabeça aos pés, para conferir
se aprovava ou não o recente namoro da filha.
- Mamãe, esse é o...
- Muito prazer, senhora, eu me
chamo Stepherson Macedo Dias Branco Queiroz de Jereissati Studart! Interrompeu,
Osmilton, para surpresa da garota.
E para surpresa ainda maior, a ambiciosa genitora falou:
- Teté, mas você é muito besta,
né, menino? Deixemos de formalidades e vamos logo entrando!
E continuou:
- Olha, Teté, vocês podem ficar aqui
quietinhos que ninguém vai perturbar. Eu vou até pegar uma sinetinha pra vocês
avisarem quando quiserem alguma coisa. Que tal um licoroso?
- Ah, licoroso é bom demais...
A generosa sogra trouxe o licoroso, acompanhado de um
tira-gosto de salsicha com queijo de coalho ao palito.
- Eu sei como é começo de namoro,
Teté. É tanta coisa pra se conversar... Quando quiser mais licoroso é só avisar
com a sineta, tá bem?
E por aí continuou o rosário de gentilezas da pródiga
sogra. No dia seguinte, ao contar o final dessa história ao Papelin, Osmilton
disse:
- Papelin, o nosso começo de
namoro parecia mais uma entrega de gás. A sineta era só blém, blém, blém!..
Do livro Eu Conto, de Totonho Laprovitera.
Poeta,
ResponderExcluirNessa voce se superou..... demais