Cartola trabalhou em diversas atividades, mas, de
bandeja, nos deixou uma enorme riqueza imaterial com seus tantos bons sambas!
Angenor
de Oliveira, mais conhecido como Cartola (1908-1980), é considerado o maior
sambista da história da música brasileira.
Na
Mangueira, conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça e outros bambas, e se
iniciou no mundo da boemia, da malandragem e do samba.
Com
15 anos, após a morte de sua mãe, terminou o primário, abandonou os estudos e
foi trabalhar de servente de obra, quando passou a usar um chapéu-coco para se
proteger do cimento e ganhou dos colegas de trabalho o apelido
"Cartola".
Com
um grupo de amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, fundou
a Estação Primeira de Mangueira e compôs também o primeiro samba para a escola
de samba: "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram
na década de 1930, nas vozes de famosos como Araci de Almeida, Carmen Miranda,
Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas.
Porém,
no início da década de 1940, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e
chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre esse período, pois brigou com
amigos da Mangueira, ficou muito doente e abateu-se com a morte da sua companheira Deolinda.
Em
1956, trabalhando como lavador de carros em Ipanema, Cartola foi achado pelo
jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que o levou para cantar em
programas de rádio e o fez compor novos sambas para serem gravados. A partir
daí, ele foi redescoberto por novos intérpretes.
Em
1964, o sambista e Dona Zica, sua nova esposa, abriram um restaurante, o
Zicartola, que promovia encontros de samba e reunia a juventude da zona
sul carioca e os sambistas do morro. Mas, logo, o Zicartola fechou e o
compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.
Somente em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro
discos-solo e sua carreira tomou força novamente com clássicos como "As rosas
não falam", "O mundo é um moinho", "Acontece", "O
sol nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem me vê sorrindo" (com
Carlos Cachaça), "Cordas de aço", "Alvorada" e
"Alegria".
No final da década de 1970, Cartola mudou-se da Mangueira para uma casa
em Jacarepaguá, onde morou até morrer, em 1980.
(Foto: Google)
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