Dona Laurênia.
O Alexandre Figueiredo dava o maior valor ir na casa da Dona Laurênia, sua avó, para comer os bifinhos que ela preparava na hora.
- Rapaz, ela pegava a carne, estirava, dava umas porradinhas com o martelo de bater carne, salpicava os temperos e passava na caçarola, bem ali na frente do freguês. Qualquer neto dela!
Pois bem, um dia o menino Alex estava devorando o bicho, quando ela cutucou no ombro dele e disse:
- Tenha calma, tem outro...
Ele terminou de comer e, com o bucho cheio, perguntou:
- Cadê, Vó, tem outro?
- Tem não, meu filho. – Respondeu, como se soubesse que ele não ia mais comer.
- Por que que a Senhora disse que tinha outro? – Encabulado, tornou a perguntar o menino Alex.
Dona Laurênia olhou pra ele e com aquela serenidade dos sábios, falou:
- Meu netinho, quando as pessoas pensam que tem mais, comem com calma e ficam satisfeitas. Foi assim que eu segurei seu avô todos esses anos...
Seu Chaguinha (Francisco das Chagas de Albuquerque e Sousa) e Dona Laurênia, com os netos.
(Fotos: Acervo Dona Didita)
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