segunda-feira, 5 de março de 2012

O cabueta

"Prezado Laprovitera,

Permita-me o desabafo. É que há um mês, mais ou menos eu escutei a campainha da minha casa tocar e quando cheguei ao portão, dei de cara com um homem que me perguntou:

- A senhora tem vagina?

Assustada e indignada, corri pra dentro de casa.

Na manhã seguinte, tocou a campainha, e o mesmo homem me fez a mesma pergunta. Eu, mortinha de medo, meti o pé na carreira, novamente.

No terceiro dia, repetiu-se a mesma cena. Quando meu marido chegou do trabalho, à noite, eu, enfim, resolvi contar pra ele o acontecido que, sentindo-se insultado, combinou comigo:

- Amor, amanhã eu não vou trabalhar. Se esse fi duma égua aparecer, eu me escondo, você atende e aí eu apareço e dou na cara dele!

Na manhã seguinte, tocou a campainha e meu marido, antes de se esconder, me disse:

- Amor, se for ele, diga que sim, só pra gente saber o que ele vai dizer.

Atendi à porta, e o homem estava lá de novo com a mesma pergunta:

- A senhora tem vagina?
- Tenho, sim, por que?! - Respondi.
- Ah, ótimo! Então me faça a gentileza de pedir ao seu marido que pare de usar a da minha mulher e passe a usar a sua. Muito obrigado pela sua atenção e até logo! - E foi embora.

Bem, por causa disso eu estou magoada, de mal e sem falar com o Valtércio!

Ass. Ginelcy de Amoreiras”


Prezada Dona Ginelcy,

Não se precipite quanto às suas conclusões acerca desse caso. Veja bem, o senhor que lhe procurou, pode estar redondamente enganado. É possível, sim, afinal de contas, o cabueta deve ter feito tal reclamação sem nem a distinta senhora dele saber. Coisa de gente incerta, mansa e conformada, talvez.

Recomendo-lhe, portanto, cautela nos seus entendimentos com o Seu Valtércio.

Atenciosamenre,
Laprovitera

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